quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Qualidade das águas: questão de cultura ou de investimentos?














Hoje resolvi reinaugurar meu blog, inerte há quase um ano. Fui inspirado pela pesquisa que acabei de orientar, da minha querida amiga Kity, a mais nova engenheira ambiental do planeta.
Tudo começou há dois anos atrás, quando eu navegava pelo site da Fatma, admirando os boletins de balneabilidade. Olhei aquela enorme quantidade de informação e pensei: "Isso daria uma boa pesquisa, avaliar a evolução da balneabilidade".
Mas o tempo e as obrigações deixaram o projeto da gaveta e na mente. Até que um dia a Kity chegou pra mim pedindo um tema para seu TCC.
E não é que ela concretizou a história? E também não é que com poucas informações, já temos vários questionamentos?
Por isso quero resumir aqui e tornar público uma grande constatação desse trabalho:
Quem aqui sabia que a Praia Brava, reduto de grandes economias familiares, mesmo com a presença de uma estação de tratamento de esgotos (ETE), possui índices de balneabilidade imprópria durante o verão quase duas vezes maior que Jurerê, que não possui a tal ETE?
Como explicar que, mesmo com condições hidrodinâmicas muito mais propícias à diluição de contaminantes e com a existência de um ETE, as águas da Praia Brava apresentem uma balneabilidade tão ruim?
É só ir lá na praia pra ver. O cara que assinou o projeto da ETE não devia saber ler nem escrever. Simplesmente negligenciou diretrizes básicas, como o crescimento populacional, a dinâmica sazonal da população, a fisiografia da planície costeira e a hidrodinâmica.
Onde foi parar o dinheiro? E os profissionais? E a Fatma, que sabe desse fato, mas não divulga?
Será medo do ministério público?
E Santo Antônio de Lisboa, aquele 'pacato vilarejo', cheio de ostras na água, com uma balneabilidade péssima. Será que os donos de restaurante sabem disso? E os produtores de ostras? Essas filtradoras, absorvem toda essa contaminação, e vai para nos nossos estômagos, como especiarias...
Agora, meu amigo Shasça me falou o seguinte:"Amigo, a questão está na cultura. Será que alguém se preocupa de fato com a poluição? Como as pessoas enxergam isso? Você viu alguém falar a respeito disso na campanha eleitoral?"
Pois é, não vi. Será que a questão da balneabilidade é a falta de infraestrutura ou uma questão cultural?
O produtor de ostras, pensando no lucro imediato, ignora os fatos, sem saber que daqui 10 anos não terá mais esse sustento. Quando se der conta será tarde. Não seria melhor pensar em pressionar o poder público para a criação de uma política séria de gestão dos recursos hídricos?
Será que a balneabilidade não é muito mas interessante para a sociedade do que negligenciá-la em favor de poucos?
O que acham disso? Como diz o Shasça, 'com vocês, a palavra'...

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